29 outubro, 2010

Amar, amar, amar...


“O fato é que eu havia me viciado em Dave (em minha defesa, posso dizer que ele havia possibilitado isso, já que era uma espécie de homem fatal) e, agora que sua atenção estava desaparecendo, sofria as consequências facilmente previsíveis. O vício é a marca de toda história de amor baseada na obsessão. Tudo começa quando o objeto de sua adoração lhe dá uma dose generosa, alucinante de algo que você nunca ousou admitir que queria - um explosivo coquetel emocional, talvez, feito de amor estrondoso e louca excitação. Logo você começa a precisar dessa atenção intensa com obsessão faminta de qualquer viciado. Quando a droga é retirada, você imediatamente adoece, louco e em crise de abistinência (sem falar no ressentimento para com o traficante que incentivou você a adquirir seu vício, mas que agora se recusa a descolar o bagulho bom - apesar de você saber que ele tem algum escondido em algum lugar, caramba, porque ele antes lhe dava de graça). O estágio seguinte é você esquelética e tremendo em um canto, sabendo apenas que venderia sua alma ou roubaria seus vizinhos só para ter aquela coisa mais uma vez que fosse.”


Elizabeth Gilbert - comer, rezar, amar

21 outubro, 2010


"Não sabia que era precisamente esse fracasso que me levaria ao lugar que desejava. As correntes do rio profundo foram mais generosas que o meu remar contra elas. Não cheguei aonde planejei ir. Cheguei, sem querer, aonde meu coração queria chegar, sem que eu o soubesse."

Rubem Alves

18 outubro, 2010

...
e, então, não há mais lugares para pousos. Condenado a bater as asas para sempre, morro porque, agora, só se cultivam espinhos em todos os jardins...

Eduardo Baszczyn

16 outubro, 2010

Tenha dó - Los Hermanos


Não vou mais te perdoar,
Você foi longe demais
Meu amor, não sou tão só assim
Não consigo entender me trocar por outro alguém
Traição já é demais, então você me diz
Que me ama, que sem mim você não vive
Que foi apenas um deslize, que você preza pelo meu amor
Tenha dó, não mereces o afago nem de Deus nem do Diabo
Quanto mais da mão que um dia eu dei pra ti
A saudade vai bater mas o meu amor se vai
Tempo voa e quando vê já foi
Não me fale de nós dois, não preciso mais saber
Indo embora, deixo-te um adeus ao vir dizer
Que me ama, que sem mim você não vive
Que foi apenas um deslize, que você preza pelo meu amor
Tenha dó, não mereces o afago nem de Deus nem do Diabo
Quanto mais da mão que um dia eu dei pra ti...

14 outubro, 2010



... E tudo que era efêmero

se desfez.

E ficaste só tu,

que é eterno.


Cecília Meirelles

12 outubro, 2010

"...Existem além disso indecisões, terrores, receios, pertubações e tempestades na mulher de trinta anos, que jamais se encontram no amor duma jovem. Chegando a essa idade, a mulher pede a um jovem que restitua a estima que ela lhe sacrificou; vive apenas para ele; preocupa-se com seu futuro, deseja-lhe uma vida bela, procura torná-la gloriosa; obedece, suplica e ordena, curva-se e eleva-se e sabe consolar em mil ocasiões em que a jovem só sabe gemer. Enfim, além de todas as vantagens de que sua posição, a mulher de trinta anos pode se fazer jovem, desemprenhar todos os papéis, ser pudica e até embelezar-se com a desgraça. Entre elas duas há a distância incomensurável que vai do previsto ao imprevisto, da força à fraqueza. A mulher de trinta anos satifaz tudo, e a jovem, sob pena de não se-lô, nada pode satisfazer. Essas idéias desenvolvem-se no coração de um rapaz e nele geram a mais forte das paixões, porque ela une os sentimentos artificiais criados pelos costumes aos sentimentos reais da natureza."


A mulher de trinta anos - Honoré de Balzac

09 outubro, 2010



“...Ando de um lado pra outro, dentro de mim, as mãos abandonadas, pronta pra inventar uma tragédia russa, pronta pra criar um motivo que me acorde... horrível. Estou tão vaga, tinha vontade de fazer um embrulho de mim, com papel de seda, lacinho de fita, e mandá-lo pra você. Aceita?”
Clarice Lispector

06 outubro, 2010

“O amor jamais foi um sonho, o amor, eu bem sei, já provei, é um veneno medonho. É por isso que se há de entender que o amor não é ócio, e compreender que o amor não é um vício, o amor é sacrifício, o amor é sacerdócio”

Chico Buarque

02 outubro, 2010

Das mudanças...


"Quando dizemos coisas como as pessoas não mudam, deixamos os cientistas loucos. Porque a mudança é literalmente a única coisa constante da ciência. Energia. Matéria. Estão sempre mudando. Transformando-se. Fundindo-se. Crescendo. Morrendo. O modo como as pessoas tentam não mudar que não é natural. Como queremos que as coisas voltem, em vez de as aceitarmos. Como nos prendemos a velhas memórias ao invés de criamos novas. O modo como insistimos em acreditar, apesar de todas as provas contrárias, de que algo nessa vida é permanente. A mudança é constante. Como experimentamos a mudança depende de nós. Pode parecer a morte ou uma segunda chance. Se relaxarmos os dedos, nos desapegar. Ir em frente. Pode ser adrenalina pura. Como se a qualquer momento tivessemos uma segunda chance. Como se a qualquer momento pudessémos nascer de novo."

Greys Anatomy
7° Temporada