penso em parar por aqui. honestamente penso em deixar de querer e para sempre não desejar mais. imagino possibilidades e faço planos para o meu nada. é mesmo tudo mentira e em algum momento eu terei mesmo que pensar em terminar, e se fosse agora não me desagradaria. eu falo de morte como falo de amor e de vida, são versões da mesma história, história que inventei e não deu certo, deixei de acreditar. eu tinha preparado tudo, estava tudo combinado, ajeitado da melhor forma para que fosse uma vida feliz, mas a deformidade foi maior e venceu. o estranho me envolveu e eu caí de cama. não quero, tenho preguiça de pensar que pode ser de novo novidade, não tenho o direito de me desapontar ainda mais. sou cruel com os outros, minto, traio, mas comigo mesma preciso ser leal; meu corpo está povoado por verdades sobre mim que não preciso e nem quero esconder. se eu pudesse fazer um pedido, eu pediria pra viver de ficção, fora isso não quero pedir nada e mesmo isso ninguém vai me dar. não quero mais o que tem em volta, quero fazer parte de uma notícia do passado e gostaria muito que me esquecessem. eu precisava tanto ir embora, queria alguém que me pegasse pela mão e mostrasse o caminho. o que eu quero é ter fim e isso é bem razoável, é um direito. o que me entristesse é que sei que sou obrigada a continuar, porque apesar de tudo existe o medo, o mesmo medo que me faz não querer mais estar e ser. é confuso. este meu desejo já me transformou em outra pessoa, mesmo que eu fique, e eu vou ficar, já não sou a mesma e nem sou feliz.
"Porque você não pode voltar atrás no que vê. Você pode se recusar a ver, o tempo que quiser: até o fim de sua maldita vida, você pode recusar, sem necessidade de rever seus mitos ou movimentar-se de seu lugarzinho confortável. Mas a partir do momento em que você vê, mesmo involuntariamente, você está perdido: as coisas não voltarão a ser mais as mesmas e você próprio já não será o mesmo" Caio Fernando Abreu
22 junho, 2010
Sentimento - Ivana Debértolis
penso em parar por aqui. honestamente penso em deixar de querer e para sempre não desejar mais. imagino possibilidades e faço planos para o meu nada. é mesmo tudo mentira e em algum momento eu terei mesmo que pensar em terminar, e se fosse agora não me desagradaria. eu falo de morte como falo de amor e de vida, são versões da mesma história, história que inventei e não deu certo, deixei de acreditar. eu tinha preparado tudo, estava tudo combinado, ajeitado da melhor forma para que fosse uma vida feliz, mas a deformidade foi maior e venceu. o estranho me envolveu e eu caí de cama. não quero, tenho preguiça de pensar que pode ser de novo novidade, não tenho o direito de me desapontar ainda mais. sou cruel com os outros, minto, traio, mas comigo mesma preciso ser leal; meu corpo está povoado por verdades sobre mim que não preciso e nem quero esconder. se eu pudesse fazer um pedido, eu pediria pra viver de ficção, fora isso não quero pedir nada e mesmo isso ninguém vai me dar. não quero mais o que tem em volta, quero fazer parte de uma notícia do passado e gostaria muito que me esquecessem. eu precisava tanto ir embora, queria alguém que me pegasse pela mão e mostrasse o caminho. o que eu quero é ter fim e isso é bem razoável, é um direito. o que me entristesse é que sei que sou obrigada a continuar, porque apesar de tudo existe o medo, o mesmo medo que me faz não querer mais estar e ser. é confuso. este meu desejo já me transformou em outra pessoa, mesmo que eu fique, e eu vou ficar, já não sou a mesma e nem sou feliz.
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Um comentário:
parece triste...ou só impressão? pensei que estivesse feliz...não é a fabiana que um dia conheci...
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