Uma ciranda errada. Uma ciranda mal feita, mal conduzida, mal vista.
Uma ciranda da qual você é obrigado a participar. Não pode ficar de fora da brincadeira! Vão te puxar pelo braço e gritar para que você entre no grupo, entre na roda, aumente o círculo, tropece com todos.
Você vai bater os pés dizendo que prefere ficar só olhando, que prefere ficar sentado na grama, brincando com uma pequena folha enquanto assiste todos girarem até cair. No fim, você vai ceder, vai entrar na dança e, por pior que seja admitir, vai gostar, vai querer de novo e logo começará a guiar a brincadeira.
Vai colocar as mãos nos bolsos e notar tudo que perdeu enquanto girava e sorria lá fora com os outros. Vai se desesperar, mas não vai voltar atrás! Está tarde, você está cansado e, no fundo, vai se dar conta de que aquelas coisas todas só pesavam no seu bolso e o atrapalhavam na hora de girar. O atrapalhavam na hora da ciranda.
Com os bolsos vazios, poderá brincar mais rápido da próxima vez, poderá caminhar e entrar na ciranda ao lado, poderá aproveitar ao máximo todos os giros e tombos.
Mas e daí? Você já não gosta mais de brincar mesmo.